A dor é considerada uma experiência pessoal, emocional e sensorial desagradável, que está frequentemente associada a sensações de sofrimento, desconforto, ou angústia, devido à provocação dos nervos sensitivos que se encontram na medula espinhal e no cérebro.
A natureza da dor é complexa e está relacionada aos danos dos tecidos, lesões do sistema nervoso, a estados afetivos e às interações com o ambiente como um todo. Sua manifestação é subjetiva, pois cada indivíduo a expressa de forma característica e peculiar. Os fatores psicológicos, sociais e culturais são de importância fundamental na mediação do processamento da dor.
A dor é um problema grave de saúde pública! Nenhum outro sintoma físico é tão disseminado e freqüente. É considerada a principal causa de sofrimento e incapacidade. Sua ocorrência tem se tornado cada vez mais habitual, provavelmente em decorrência dos novos hábitos de vida da atual sociedade, da maior longevidade do ser humano, das alterações do meio ambiente e da menor tolerância ao sofrimento do homem moderno.
A prevalência da ocorrência da dor aumenta com o progredir da idade, principalmente devido ao desgaste das articulações e dos ossos advindos do processo de senilidade.
Entre os fatores que promovem a manutenção do quadro doloroso podem ser citados os distúrbios metabólicos e neurológicos, as tensões mecânicas e musculares e, principalmente, o estresse e a ansiedade.
A persistência da dor na vida de um indivíduo pode causar alguns efeitos em sua qualidade de vida, como náuseas, perda de apetite, diminuição da força e da resistência muscular, transtornos do sono, e até dependência química. Além disso, pode influenciar na integridade psicológica do paciente, causando alterações do humor, ansiedade, depressão, dificuldades de concentração, diminuição das relações sociais e da atividade sexual e afetiva.
Normalmente, a dor se inicia com um ferimento ou uma doença, podendo ser caracterizada em dois tipos essenciais: dor aguda, considerada um fator de alerta de algo ruim ocorrendo no organismo; dor crônica, que indica sofrimento e incapacidade funcional.
As muitas características da dor podem variar em uma mesma pessoa e a cada situação dolorosa em relação à localização, qualidade, intensidade, freqüência, natureza, etiologia e duração.
Alguns dos principais tipos de dor são: dor aguda, dor crônica, dor recorrente, dor progressiva, dor induzida, dor somática ou psicogênica, dor visceral, dor pós-operatória, dor de câncer, dor de cabeça ou enxaqueca, cervicalgia, dorsalgia, lombalgia, dor neuropática, dor por nocicepção, dor por desaferentação etc.
A dor ainda pode ser caracterizada como: cólica, queimação, com ardência, latejante, em pontada ou agulhada, de pressão, dor profunda, dor lancinante etc.
Fisiologia da Dor
Um evento doloroso pode resultar do excesso de estímulos nociceptivos (dolorosos) ou da hipoatividade do sistema supressor da dor (sistema de analgesia), ou até mesmo da associação destes dois eventos. A sensação de dor sinaliza destruição de um tecido por fatores mecânicos, térmicos ou químicos, que causam descargas nas fibras nociceptivas.
Basicamente, uma sensação de dor se inicia após uma ocorrência (física ou química), que ativa os nociceptores e as terminações livres dispostos nos tecidos do nosso corpo. Este estímulo percorre algumas via sensitivas periféricas, que vão em direção ao SNC (Sistema Nervoso Central). No cérebro, a informação é identificada e se transforma em sensação dolorosa.
A origem da dor também pode ser de origem central, geralmente devido a patologias neurológicas que acometem o SNC.
Porém, o nosso sistema nervoso é autêntico e consegue se defender destes estímulos indesejados que chegam até ele. O cérebro envia substâncias químicas e impulsos nervosos de volta à medula espinhal para que ocorram reações de defesa contra a excitação dolorosa prévia.
Essas substâncias químicas são chamadas neurotransmissores. Eles estão presentes nas células do trato nervoso e são responsáveis pela transmissão dos estímulos excitatórios ou inibitórios através das membranas das células.
Os nociceptores relacionados com as fibras C respondem à estimulação mecânica, térmica e/ou química intensas, e os relacionados às fibras A-delta respondem à estimulação mecânica e/ou térmica intensas. Os principais neurotransmissores nociceptivos das fibras aferentes A delta e C são o glutamato e a substância P.
Tratamento da Dor
É necessário o diagnótisco diferencial da dor, que indique qual é a sua verdadeira causa e que identifique os fatores que aliviam ou agravam o quadro doloroso.
Usualmente, a dor é tratada com medicamentos (analgésicos, psicotrópicos, anestésicos locais,antinflamatórios ou antiespasmódicos), bloqueios nervosos, radioterapia, fisioterapia, acupuntura e psicoterapia.
É importante que os profissionais da área da saúde e os centros especializados de assistência básica focalizem sua atenção nos pacientes de dor crônica e busquem o desenvolvimento de novas medidas de tratamento para a dor, baseadas nos avanços das pesquisas de ciências básicas.
Arquivo retirado do excelente Blog: http://fisiosaude-ce.blogspot.com
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