quinta-feira, 3 de junho de 2010

Bronquiolite Obliterante

O que é bronquiolite obliterante?

Os bronquíolos são ramificações das vias aéreas, sem cartilagem nas paredes. São estruturas muito finas. Existem milhares de bronquíolos nos pulmões normais (ver anatomia). Bronquiolite refere-se a qualquer inflamação ou fibrose dos bronquíolos. Na infância, a bronquiolite causada por vírus é uma doença comum.

Bronquiolite obliterante é uma inflamação dos bronquíolos associada a obstrução dos mesmos ou por uma fibrose frouxa dentro da luz uma fibrose mais dura em sua parede. A forma mais comum é a denominada bronquiolite obliterante com pneumonia em organização; nesta doença a “fibrose frouxa” que ocorre dentro dos bronquíolos se estende até os alvéolos, daí o nome de bronquiolite obliterante com pneumonia em organização (figura abaixo). A sigla em inglês é BOOP. A melhora com tratamento ocorre em ± 80% dos casos. Já quando uma fibrose mais dura acontece nas paredes dos bronquíolos, como se fosse um nó de gravata apertado, a evolução é mais complicada e a resposta ao tratamento é menor. Esta bronquiolite é chamada de constritiva.



Bronquiolite Obliterante com Pneumonia em Organização (BOOP)

O que causa bronquiolite obliterante?

Tanto a bronquiolite obliterante com pneumonia em organização (BOOP) como a bronquiolite constritiva podem surgir sem causa aparente ou ocorrem em diversas condições.

Doenças infecciosas, em geral virais, podem cursar com fibrose dos bronquíolos. A inalação de fumaças tóxicas e gases irritantes e alguns tipos de poeiras podem induzir bronquiolites inflamatórias com evolução para bronquiolite com fibrose.

Vários tipos de medicação podem produzir bronquiolites, as mais comuns são a amiodarona, usada para tratamento de arritmias cardíacas e o metotrexate, usado para artrite reumatóide.

Pacientes que foram submetidos à transplante de pulmão, de medula óssea e outros tipos de transplante podem desenvolver bronquiolite como manifestação de rejeição.

As bronquiolites também são encontradas em portadores de doença reumáticas, especialmente na artrite reumatóide.

Radioterapia para câncer de mama pode levar à bronquiolite em 1 de cada 200 mulheres irradiadas. Manchas que mudam de lugar, nos pulmões surgem até 1 ano e meio após a radioterapia.

Várias causas mais raras existem para as bronquiolites, dentre elas linfomas, leucemias ou outros tipos de câncer.

Bronquiolite associada com câncer mais freqüentemente decorre da quimioterapia ou da radioterapia, do que da doença em si.

A bronquiolite pode ser fatal?

Sim, mas raramente. Existem casos ocasionais de bronquiolites de curso acelerado e que não respondem ao tratamento.

Como se diagnostica a bronquiolite obliterante?

A suspeita é feita pela tomografia de tórax, que mostra fechamento ou inflamação nos bronquíolos. O diagnóstico definitivo dependendo do tipo de bronquiolite, poderá ser feito por biópsia feita por broncoscopia ou por cirurgia, onde se retira um pequeno fragmento do pulmão.

Como se trata a bronquiolite obliterante?

Às vezes, nenhum tratamento é necessário; retirando-se a causa (ex. certos medicamentos) em casos leves pode ser suficiente. Na maioria das vezes, medicação é necessária. Os corticosteróides são a melhor opção de tratamento, devendo ser tomados por 6 -12 meses. Às vezes, com a parada do tratamento, a doença volta, mas a medicação pode ser reiniciada com nova resposta e resolução com o tempo.

A bronquiolite com fibrose na parede (constritiva) pode ser progressiva ou estacionária. Em casos progressivos outros medicamentos além dos corticosteróides (imunossupressores) podem deter ou mesmo melhorar a doença.

Quais são os sintomas de bronquiolite obliterante?

Falta de ar, tosse e chiado são os sintomas mais comuns. A BOOP é freqüentemente confundida com pneumonias arrastadas porque existem manchas nas radiografias associadas à febre. Os pacientes recebem diversos tipos de antibióticos, sem melhora.

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