Se você está tomando medicamentos sob prescrição e tem mais de 60 anos, o remédio provavelmente é um redutor de colesterol. Se você tem entre 20 e 59 anos, as chances pendem para um antidepressivo.
Essas são apenas duas descobertas de um recente relatório do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde sobre o aumento no uso de medicamentos sob prescrição entre 1999 e 2008.
Entre pessoas com mais de 60 anos, segundo os pesquisadores, cerca de 88% estavam usando pelo menos um remédio, e mais de dois terços usavam cinco ou mais.
“As pessoas podem estar tomando remédios demais – isso é uma grande preocupação na terceira idade”, afirmou o Dr. Qiuping Gu, o epidemiologista que conduziu a pesquisa. “Quando vemos um percentual tão alto tomando cinco ou mais medicamentos, os efeitos colaterais e a segurança se tornam questões muito sérias”.
Atualmente, quase 45% das pessoas com mais de 60 anos tomam medicamentos sob prescrição para redução de colesterol, mais do que o dobro em 1999.
Mesmo entre crianças abaixo dos 12 anos, mais de 22% estavam usando pelo menos um medicamento receitado (mais comumente para asma), assim como 30% dos adolescentes.
Entre adolescentes, os medicamentos usados com maior frequência eram para o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, e condições relacionadas – 6% em 2008, vindo de 3% em 1999. “Essa é uma tendência significativa”, disse Gu.
No grupo abaixo dos 12 anos, o uso de antibióticos caiu, e não houve alterações estatisticamente significativas no uso de outros medicamentos.
O uso também varia por sexo, raça e etnia. As mulheres foram usuárias mais frequentes que os homens, e os brancos usaram mais medicamentos prescritos do que os negros não-hispânicos ou os mexicano-americanos.
Ter um plano de saúde, e especialmente cobertura para medicamentos sob prescrição, surtiu um efeito previsível: aqueles com seguro-saúde mostraram probabilidades quase duas vezes maiores de usar remédios do que as pessoas sem seguro.
Os dados vieram da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição, conduzida pelo governo e conhecida nos EUA como NHANES. O estudo examina uma amostra nacionalmente representativa com cerca de 5 mil crianças e adultos a cada ano. Diferentemente de outras pesquisas similares, esta combina entrevistas e exames físicos.
O relatório também cita dados mostrando que os gastos com medicamentos prescritos mais do que dobrou nesta década, mesmo depois de contabilizar a inflação. Com o dólar constante, os americanos gastaram mais de US$234 bilhões em medicamentos sob prescrição em 2008, sendo que em 1999 foram US$104,6 bilhões.