Artrose do Joelho, frio ou calor ?
A osteoartrose (OA) é uma das doenças mais comuns do sistema esquelético, e pode ser definida como uma condição degenerativa que afeta as articulações, mas não afeta o organismo internamente e não conduz a mortalidade. A OA do joelho é uma doença de caráter inflamatório e degenerativo, que provoca a destruição da cartilagem articular e leva a uma deformidade da articulação.
A dor, geralmente, é o primeiro fator incapacitante da OA, levando posteriormente a alterações articulares, periarticulares e disfunção progressiva da articulação. O calor e o frio podem combater a dor, ambos são chamados de crioterapia, o calor superficial e/ou profundo e o gelo. Embora a OA esteja relacionada com fatores mecânicos de sobrecarga articular levando à lesão cartilaginosa a atividade física regular e dosada, pode melhorar algumas das alterações secundárias relacionadas com esta doença. O tratamento da OA deve ser continuado, baseando-se em terapia medicamentosa, física ou fisioterapia.
A literatura demonstra interesse nas comprovações científicas das propostas de medicina física, até o momento muitas vezes baseado na observação e empirismo. As revisões tentam demonstrar o efeito benéfico de certas técnicas, porém várias comprovações são necessárias sobre a real utilidade de cada método ou aparelho seja proposto. Adriana Lucia Pastore Silva e colaboradores, fisioterapeutas da Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo, fizeram uma comparação de protocolos de tratamento fisioterapêutico, que envolveram o uso de cinesioterapia (exercícios), crioterapia e ondas curtas, em indivíduos com osteoartrose de joelho. Foram 25 indivíduos (25 joelhos), de 58 a 78 anos. No GRUPO A: foi feito cinesioterapia e ondas curtas (n=9); GRUPO B: foi feito cinesioterapia e gelo (n=6); GRUPO C: foi feito cinesioterapia (grupo controle) (n=9);
As variáveis analisadas foram: percepção subjetiva de dor, qualidade funcional, amplitude de movimento, flexibilidade e força muscular. A dor melhorou significativamente somente no grupo B, com qualidade funcional e flexibilidade positiva em todos grupos. O ganho de amplitude foi semelhante nos grupos B e C. Houve manutenção da força flexora nos grupos A e B, e ganho nos indivíduos do grupo C. Na musculatura extensora observou-se ganho de força no grupo B e C e perda no grupo A.
O melhor protocolo foi aquele que envolveu a aplicação de gelo e cinesioterapia para analgesia; não houve relação de ganho de amplitude, flexibilidade e força associado.
Fonte :: Acta ortop. bras.15 (4 ) out-dez 2007