terça-feira, 25 de maio de 2010

Conheça a doença celíaca, que proíbe o uso do Glúten


O tal do glúten

EM MAIO COMEMORA-SE O DIA INTERNACIONAL DA DOENÇA CELÍACA. ENTENDA O QUE É A DOENÇA, QUANDO ELA SE DESENVOLVE E COMO TRATÁ-LA


Dia 16 de maio é comemorado o Dia Internacional dos Celíacos. Se você nunca ouviu falar da doença celíaca, certamente deve ter visto rótulos de produtos com os dizeres: “Contém glúten”, ou “não contém glúten”. Para quem sofre da doença, essa informação é valiosa, pois o fato de um alimento conter glúten significa que ele estará totalmente vetado da dieta. Sim, é uma doença complicada, porque o tratamento consiste numa mudança radical do hábito alimentar. Para as crianças é mais difícil ainda, pois elas nem sempre conseguem entender por que não podem consumir determinado alimento, sendo que o amiguinho pode... Por outro lado, quando tratada corretamente, a criança e o adulto terão muito mais qualidade de vida. Entenda o que é a doença celíaca, quais os sintomas e fique de olho: muitas vezes ela é confundida com outros problemas e o diagnóstico acaba passando batido.

>>ACELBRA promove caminhada para conscientização sobre doença celíaca

O que é
A doença celíaca é uma intolerância ao glúten, que é uma proteína presente no trigo, centeio, e cevada e seu subproduto, o malte. Quem possui esse tipo de doença deve se acostumar com a rotina da dieta sem glúten. Se a pessoa tem predisposição genética para a doença celíaca e consome alimentos com glúten, pode ser que, em algum momento da vida, ao consumir a proteína, a doença se desenvolva. Não existe uma idade certa para se manifestar. Pode ser com um ano, dois, cinco e até mesmo na adolescência ou na idade adulta. Como o leite materno não contém glúten, assim como fórmulas especiais, mesmo que possuam a predisposição genética à doença, ela só vai dar sinais de existência depois que a criança começa a consumir o glúten através de outros alimentos. Quem sofre da doença apresenta uma espécie de atrofiamento no intestino, que impede a absorção normal dos nutrientes da dieta, como os carboidratos, proteínas e gordura, assim como ferro e cálcio. Também danifica a mucosa intestinal. Essa alteração imunológica que ocorre no intestino faz com que haja a liberação de substâncias químicas que reagem no próprio intestino e em outros órgãos. Por isso o incômodo...

Sintomas
O sintoma mais clássico é a diarréia. Em geral, além deste sintoma podem ocorrer emagrecimento, barriga inchada e glúteo atrofiado. Como os sintomas levam um tempo para aparecer, é comum que as pessoas levem em consideração outros tipos de doença. Outros sinais da doença são: anemia por falta de ferro, que não melhora com o tratamento correto com ferro, baixa estatura, retardo do púbere, osteoporose precoce, manifestações neurológicas / psiquiátricas, como depressão e até mesmo o autismo - é claro que essas podem ter outros fatores causadores, mas essas manifestações podem ser decorrentes da doença celíaca. A doença não possui variações de menor e maior grau, os sintomas podem variar, mas a causa é a mesma: o consumo de glúten.

Diagnóstico
Antes de se pensar em tratamento é necessário que seja feito o diagnóstico. Quando há suspeita clínica, o médico, de preferência um especialista em gastroentorologia pediátrica ou clínica, deve pedir um exame de sangue específico para a doença celíaca. Se o resultado for positivo é necessária uma biópsia do intestino. Uma dica muito importante é não retirar o glúten da dieta antes do diagnóstico, isso apenas atrasa o diagnóstico.

Tratamento
Não tem jeito: o tratamento é a retirada total do glúten na dieta. Portanto, não é permitido consumir alimentos preparados com trigo, centeio e cevada. A aveia também deve ser excluída da dieta porque em geral ela está contaminada com o trigo. Essa adaptação nem sempre é fácil, mas extremamente necessária para a qualidade de vida da criança e do adulto. Quando os sintomas aparecem na criança pequena e logo é feito o diagnóstico, é mais tranquilo o ajustamento da dieta específica. Quando o diagnóstico é feito em pacientes maiores o processo é mais complicado. Principalmente se ela estiver acostumada a comer com frequência alimentos como macarrão, pão, bolacha, pizza, pastel... É preciso uma readaptação intensiva, claro, mas há uma lista enooorme de alimentos que são livres de glúten. Milho, fubá, mandioca, polvilho azedo e doce, tapioca, fécula de batata, farinha de arroz são alguns deles. Vários alimentos industrializados também são liberados. O importante é sempre verificar a embalagem para garantir.

Dicas para alimentação dos celíacos:

**Os alimentos que contêm trigo, aveia, centeio, cevada e malte em sua composição devem ser excluídos da alimentação;
**Alimentos a base de arroz, quinua, soja e milho são boas opções para incluir na dieta;
As farinhas de trigo e centeio podem ser substituídas por farinha de arroz, fécula de batata, fécula de mandioca, farinha de banana ou farinha de quinua;
**Para ter certeza de que pode consumir o alimento, é fundamental criar o hábito de ler os rótulos dos produtos. Os produtos alimentícios, por lei, devem incluir a informação sobre a presença de glúten;
**É de extrema importância incluir frutas, verduras e legumes, de preferência orgânicos na alimentação, pois estes alimentos fornecem fibras, vitaminas e minerais;
**As gorduras poliinsaturadas também devem fazer parte de uma alimentação equilibrada, já que contribuem para o controle do colesterol sangüíneo. Por isso, não deixar de incluir em nas refeições: óleos vegetais (linhaça, gergelim, coco), azeite de oliva extravirgem e sementes oleaginosas (abóbora, linhaça, girassol, castanhas, amêndoas, avelãs e nozes);
**É fundamental se alimentar a cada 3 horas. São opções de lanches rápidos e saudáveis: frutas secas (liofilizadas ou desidratadas), mix de sementes oleaginosas, frutas in natura (maçã, pêra, banana, entre outras), biscoitos integrais e barras de cereais - mas apenas aqueles que informam na embalagem que não contém glúten;
**Realizar as refeições em lugares calmos e tranqüilos, mastigando bem os alimentos e evitar a ingestão de líquidos em excesso durante as refeições auxilia o processo de digestão.


CONSULTORIA: *VERA LUCIA SDEPANIAN, FILHA DE MARIA E ALBERTO, PROFESSORA E CHEFE DE DISCIPLINA DE GASTROENTOROLOGIA PEDIÁTRICA DA UNIFESP. TEL.: (11) 5572.6751; ACELBRA - Associação dos Celíacos do Brasil, www.acelbra.org.br

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